quinta-feira, 9 de setembro de 2010


Desejei cada molécula do seu corpo. Identificando fotos  que lhe pertenciam e que instigavam minha imaginação, fazendo delas meu relicário, meu altar, minha reza de luxúria.
Feições delicadas com um olhar sedento de uma atmosfera insaciável. Expressão de quem esconde um segredo envolvido pela alma da aventura, da entrega, do perigo, do desejo. Nossos diálogos em momento algum ultrapassavam a sutileza de quem compartilha as mesmas intenções sem precisar manifestá-las em palavras vulgares.
Nós dois sabíamos que viveríamos esse encontro. Quando seria? Como seria?
O amor chegou em mim, eu nem imaginava que pudesse sentir isso que todos rotulam como amor é tão forte, tão profundo, um sentimento insaciável, o querer é tão insuportável que me faz sentir falta o tempo todo.
Não gosto do amor, ele me deixa boba, vulnerável, meu coração acelera, a fronte pálida ganha uma coloração avermelhada no instante em que é tocada, os poros transpiram de forma diferente, sensibilidade a flor da pele, sussurrando palavras de amor.   
O tempo se perde entre os relógios da cidade. Há qualquer coisa de música em cada espaço seu. Sinto como se possuísse dois corações, talvez três, talvez mil. Sinto como se fosse o efeito de um entorpecente aliviando a fissura do viciado. Invado o que não me pertence e me comporto como uma violadora, vasculhando cada segredo seu. 
O mundo para quando estou contigo, somos só nós dois e ninguém mais!