Não sou dona do tempo, nem de nenhuma verdade, a não ser daquilo que sinto. Mas o que sinto está cá dentro, só eu vejo, e mesmo que te explique com todas as palavras do mundo, nunca saberei se me expliquei bem e, caso o tenha feito, se entenderás o que te digo exactamente da forma como te quis dizer, por isso é que às vezes fico calada e espero que o tempo resolva os enigmas mais complexos – ou mais simples – da existência.
Amor é muito mais do que hábito, é sobretudo tempo. E quando se ama, há sempre dúvidas e medos, há sempre uma vontade secreta de outros desejos, de outras vidas, de outras viagens, mas vem o tempo e decide por nós, aquilo de que não somos capazes…
Quando se ama alguém tem-se sempre tempo para essa pessoa.
E se ela não vem ter connosco, nós esperamos.
O verbo esperar torna-se tão imperativo como o verbo respirar.
E aprendemos a respirar na espera, a viver nela, afeiçoando-nos a um sonho como se fosse verdade.
A vida transforma-se numa estação de comboios e o vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar.
O amor na espera ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja possível.
E se calhar é por tudo isso que já aprendi a esperar, confiando à vida tudo o que não sei, ou não posso escolher.
É mais fácil esperar do que desistir.
É mais fácil desejar do que esquecer.
É mais fácil sonhar do que perder.
E para quem vive a sonhar, é mais fácil viver.
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